COLUNA AR - 15: Eleições – Análise de conjuntura - I

Época de eleição. Tempo em que pinto desconhece galinha e vaca desconhece bezerro.

No panorama nacional a disputa será estrelada por 03 candidatos principais, entre outros meramente pontuais: Dilma, Aécio e Eduardo Campos. Dilma vem embalada no sucesso dos programas sociais do governo Lula que ela ampliou e noutros que ela criou, tais como o “Bolsa Família”, “Minha Casa Minha Vida”, “Mais Médicos” e outros. Com a população brasileira majoritariamente miserável e se esbanjando no imprestável “Bolsa-Esmola”, ela desfruta o primeiro lugar nas pesquisa por esse motivo e corre o risco de levar a fatura no primeiro turno para azar do país. Aécio Neves vem respaldado no governo de responsabilidade social, fiscal e de estadismo de Fernando Henrique Cardoso, o verdadeiro criador do Bolsa Escola, que foi inclusive responsável pelo sucesso econômico do governo Lula; e desponta como o principal adversário de Dilma Roussef. Eduardo Campos vem com sua vice Marina Silva com um projeto desenvolvimentista fantástico, que se o Brasil tivesse a população da Suécia o escolheria Presidente da República sem sombra de dúvidas. Mas em sua candidatura vê-se claramente que não é um projeto para agora, mas para lançar, semear, permear e viabilizar seu nome para o futuro. Pena que com isso o Brasil perca a chance de escolher Marina como opção presidenciável, pois ela é extraordinária!

Na nossa diocese denominada Maranhão, do Arcebispo José Sarney, a disputa vai ser muito mais empolgante e árdua, já que por mais que o velho oligarca esteja no poder há tanto tempo quanto o maior mandatário que o Brasil já teve nesse mesmo aspecto, que foi D. Pedro II - 50 anos -, ele não quer aposentar a mitra e o báculo. Se Lobinho ganhar essa eleição, Sarney entra para a história como o homem que mais já mandou em todo a existência do Brasil em seus mais de 500 anos. Por isso Flávio Dino tem que vencer essa eleição! Até simbolicamente sua vitória se faz necessária e imprescindível! Esses 50 anos de Sarney nos trouxeram só morte, vergonha, doença, miséria, fome, violência, escravidão e todos os outros males possíveis e imagináveis que uma ditadura oligárquica pode infringir a um povo. No Pará, Minas, Tocantins, Goiás e Mato Grosso maranhense virou praga que invade esses estados em busca dos empregos que não encontra aqui. Sai daqui para colher batata em Minas, cuidar de granja em Goiás, plantar beterraba no Mato Grosso, ser pedreiro em Tocantins e tornar-se trabalhador escravo no Pará. E nesses estados temos as piores famas e somos discriminados como selvagens. Temos que sair de nosso estado rico e de terras fartas e férteis e de chuva o ano inteiro para sermos humilhados lá fora porque nossos governantes desde há 50 anos nos querem miseráveis para se perpetuarem no poder. Parauapebas é o sexto maior município do estado do Pará e tem 176.582 habitantes; 80% desses habitantes é de maranhenses. E outros tantos percentuais elevados de migrantes maranhenses em tantas outras cidades de tantos outros estados brasileiros. Até nosso povo expulsam para o estado ser só deles mesmo!!!

Deixaram a população tão mendicante e alienada de seus direitos que até a aquisição de uma ambulância por um município é motivo de festa; a inauguração de um posto de saúde é anunciada como algo extraordinário e o asfaltamento de poucos quilômetros de estrada é anunciado pela autoridade estadual naquele município como grande dádiva imerecida àquele povo miserável e dá-lhe foguete, forró e cachaça para enebriar mais ainda a mente do miserável desinformado, doente e faminto maranhense.

É essa a realidade social e política do nosso estado perante o Brasil e o mundo, escancarada pela imprensa nacional e mundial, proporcionada pela oligarquia Sarney. E as lideranças políticas municipais, em sua grande maioria, quem não está de cócoras está de joelhos perante ela. 

E a jogada que eles queriam fazer para viabilizar o candidato escolhido do clã para a sucessão de Roseana, Luís Fernando Silva, era tão imoral e escandalosa, que para tornar viável tal manobra vil, fizeram até o vice-governador renunciar. Mas de tão indecente, parte do próprio grupo político se rebelou e melou o plano; daí a gênese da candidatura Lobinho, que não é tragado por Roseana e só foi escolhido por falta de outra opção, além de poder bancar toda sua campanha financeiramente, o que faz a família Sarney não ter que desembolsar para eleger um desafeto. E o desespero entre eles é tão grande, que o fiasco do plano inicial de eleger Luís Fernando governador biônico e depois elegê-lo de novo no exercício do cargo fez Roseana desistir de ser senadora, fez o velho Sarney pendurar as botas de Senador pelo Amapá e o todo-poderoso Ricardo Murad não sair candidato a reeleição de deputado. Haja preocupação com os mais de 60% de intenção de votos em Dino.

Tomara que possamos MUDAR de fato, tanto na presidência como no governo do estado. E a esse dever civico não podemos nos furtar!

P.S 1.: Na semana que vem, nessa coluna, farei a análise política de conjuntura das candidaturas a deputados estaduais e federais locais e regionais.

P.S 2.: O 15 do nome da coluna (AR-15) é simplesmente do nome fantasia da coluna, não tem nada a ver com campanha minha para o Lobinho. Nem subliminarmente (Rsrsrsrs...).

Allan Roberto Costa Silva, Médico, ex-Vereador-Presidente da Câmara Municipal de Pedreiras, membro da Academia Pedreirense de Letras-APL e da Associação de Poetas e Escritores de Pedreiras-APOESP. E-mail: arcs.rob@hotmail.com