PEDREIRAS ORGULHA-SE DOS SEUS FILHOS: DR. FELIPE MARINHO


Por Joaquim Filho

A cidade de Pedreiras mais uma vez prova que é terra de filhos ilustres, e que traz no seu currículo histórico e social grandes nomes que se destacaram em vários segmentos profissionais. Podemos destacar na área da saúde algumas personalidades que nos deixaram um valioso legado, como por exemplo, os saudosos médicos: Dr. Josélio Branco, Dr. Kleber Branco, Dr. João Alberto, Dr. Walber Rodrigues, Dr Allan Roberto, Fabrício Castro e muitos outros que continuam fazendo dessa bela profissão um sacerdócio de amor e doação, no intuito de curar doenças e salvar vidas. 

É sabedor também e já foi até notícia em jornais internacionais que um médico pedreirense, cujo nome José Eduardo Moraes Rego de Sousa é um médico cardiologista, pioneiro da Cardiologia Intervencionista (hemodinâmica) fez as primeiras cineangiocoronariográficas no Brasil (1966) e é o criador da técnica (2001) de revestir o stent a ser implantado na artéria coronária com um fármaco (rapamicina), que reduz a reestenose, isto é, impede que a artéria desenvolva novamente estreitamento no sítio tratado. Foi também diretor do Instituto Dante Pazzaneze de Cardiologia. É membro da Academia Brasileira de Medicina, livre-docente da Escola Paulista de Medicina e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Para o jovem médico pedreirense Felipe Marinho ser aprovado em primeiro lugar, entre três mil concorrentes, em Neurocirurgia, uma das residências mais concorridas e se tornar futuramente o primeiro neurocirurgião de Pedreiras, não foi fácil, mas também não foi a maior de todas as lutas que até o presente momento esse talentoso e estudioso jovem já viveu.


Para deixar os nossos leitores a par do que e de quem estamos falando, Dr. Felipe Marinho é de uma família humilde de Pedreiras, neto de Francisco Calheiro Marinho (vulgo Chico Biu), maior doador de sangue que já existiu na cidade de Pedreiras, e Dona Maria Luiza.


Nessa tarde de sábado, 27, o blog Pedras Verdes teve a honra de ser convidado para um churrasco na fazendo do seu primo, Hugo Teixeira (filho do saudoso Nivaldete), e viveu momentos de alegria com Dr. Felipe Marinho, que estava celebrando a sua aprovação para a residência de Neurocirurgia, que será realizada em um período de 5 (cinco) anos, em Teresina/PI. 

Em uma conversa bem descontraída com o jovem médico, que por sinal, é muito tímido e não gosta de ostentação, o mesmo narrou um pouco sobre a sua vida: 

Joaquim e Henrique, obrigado pela presença de vocês nessa simples brincadeira de comemoração à minha aprovação para mais uma etapa da minha vida na área médica. Medicina sempre foi a minha paixão. Eu hoje exerço a profissão que eu amo e, poder ampliar os meus conhecimentos para ajudar as pessoas, isso me faz muito feliz. Pois é, eu nasci em Pedreiras, parte da minha vida fui criado por meu avós (Luiza e Chico Biu), na Rua Maneco Rego e onde tenho as melhores lembranças da minha vida e sempre passei minhas férias. Morando em São Luís, estudei em escolas públicas, não era fácil estudar em uma escola que não te dá condições, com poucos professores e pessimamente mal remunerados, mas o sistema não era maior que o meu sonho. Deus me ajudou e cedo me deu maturidade de que era possível; como tinha os livros fui autodidata e fazia minha própria escala de estudo, queria ser igual aos alunos de escolas particulares e por mais que tivesse as infindáveis greves do Estado, nunca me atrasava. Nesse ritmo, para ter um ensino médio de melhor qualidade, passei na prova do CEFET (atual IFMA) e LICEU MARANHENSE, onde tinham milhares de inscritos e fiquei em primeiro lugar, em ambas, eu tinha que passar para ter chances de disputar um vestibular de Medicina numa Federal. Meu avô, maior motivador, que sempre me apresentou para as autoridades locais, desde muito pequeno, como futuro “doutor”, mostrava a todos esses jornais com meu nome, mesmo não sabendo ler. Era o seu maior sonho ter um neto “doutor”. Pena que ele faleceu um ano antes do vestibular. No dia da prova eu estava muito doente, minha mãe teve que me levar à sala, pois não acertava de tanta tontura e dor de cabeça. Ao sentar na cadeira, orei e veio a imagem dele e uma mensagem “é pro teu avô”, imediatamente todo sintoma sumiu, Deus quis realizar o último sonho dele. Aí se foram 6 anos maravilhosos de curso na minha honrosa UFMA, com muitas dificuldades, mas a certeza que ao final ia ser médico dava mais força. Escolhi Neurocirurgia, uma linda especialidade onde posso tratar enfermidades e dar qualidade de vida aos meus pacientes, cuidando do elo de comunicação entre o homem e Deus, o Cérebro. Obrigado, Deus, meus avós, pais, irmãos, namorada, tios, amigos, meus mestres e aos que estão do outro lado intercedendo por mim (Vovó, Seu Nivaldete, seu Geraldo, Tia Socorro). Enfim, muitos te dirão desista, você não é capaz, isso é coisa de gente rica... O que posso aconselhar a esses jovens, que como eu são de origem humilde, que creia em Deus, lute, abdique de certas vaidades, priorize seus sonhos, viva seus sonhos, o impossível não existe é só uma palavra.”

Ao tomarmos conhecimento dessa proeza, de um garoto pobre, de família humilde, que ralou na vida, ter chagado onde chegou e ainda irá mais longe, de forma alguma o blog Pedras Verdes não poderia se omitir e tornar público um fato desse, que muito nos orgulha e que servirá de exemplo para os nossos jovens de todas as idades, todas as cores, de todos os credos e posição social econômica. O menino que conhecemos aos 9 (nove) anos de idade, que frequentou a nossa casa que era vizinha à casa dos seus avós, tímido, calado e cheio de bondade, hoje nos encanta ao vê-lo chegar no topo da sua carreira de médico. 

Parabéns, Felipe Marinho!
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